terça-feira, 24 de agosto de 2010

Historiadores e História: Nikolaos Gysis



Nikolaos Gysis

Nikolaos Gysis  foi um pintor grego, considerado como um dos mais importantes pintores gregos do século XIX. É mais famoso pela obra Eros e a pintora, pintada em 1868, recentemente leiloada em Londres e exibida na Grécia pela última vez em 1928. Gysis é o principal representante do movimento artístico grego do século XIX conhecido como Escola de Munique ou realismo acadêmico.
Gysis nasceu na ilha de Tinos, a qual possui uma longa tradição artística. Mudou-se, então, para Atenas e estudou na Escola de Belas Artes de Atenas.
Em 1865, tendo ganho uma bolsa de estudos, continuou seus estudos na Academia de Belas Artes de Munique, onde permaneceu pelo resto de sua vida. Gysis absorveu rapidamente o clima pictórico alemão, e logo tornou-se um dos maiores representantes da Escola de Munique. Esta fase é expressa pelas pinturas Notícias da Vitória, de 1871, que retrata a guerra franco-prussiana, e Apotheosis i Thriamvos tis Vavarias (Apoteose ou Triunfo da Bavária).
A partir de 1886, tornou-se professor da Academia de Munique, e gradualmente migrou das pinturas realísticas e detalhadas para a composição de singulares personagens impressionistas. No início da década de 1870, Gysis retornou à Grécia, onde permaneceu por vários anos, nos quais produziu uma seqüência de pinturas com temas reconhecidamente mais gregos, como Carnaval em Atenas e a Arravoniasmata (cerimônia de casamento grega), e pouco depois a pintura Após a destruição de Psara. Já no final de sua vida, na década de 1890, Gysis passou a pintar temas mais religiosos, tendo em Triunfo da Religião sua obra mais conhecida no período.Suas obras estão hoje expostas em museus e coleções privadas na Grécia, Alemanha e outros lugares.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Historiadores e Histórias: Palácio de Luxemburgo


O Palácio do Luxemburgo (Palais du Luxembourg, em francês) é um palácio localizado no 6º arrondissement de Paris, na França. Actualmente é a sede do Senado da França.
O formal Jardim Luxemburgo (Jardin du Luxembourg) apresenta 25 hectares de parterres empedrados e relvados, povoados por estátuas e providos de grandes tanques de água onde as crianças pilotam modelos de barcos. No canto sudoeste, existe um pomar de macieiras e pereiras e o théâtre des marionettes (teatro de marionetas).


  História

 O Palácio do Luxemburgo foi construído por Marie de Médicis, mãe do Rei Luís XIII, no local de um antigo hôtel particulier pertencente a François, Duque de Luxemburgo, de onde vem o seu nome. Marie de Médicis comprou a estrutura e o seu relativamente extenso domínio em 1612, tendo encomendado o novo edifício, ao qual se referia como Palais Médecis, em 1615. O seu arquitecto foi Salomon de Brosse. A construção e mobiliamento do palácio formaram o seu principal projecto artístico, apesar de nada restar actualmente dos interiores tal como foram criados por ela, salvo alguns fragmentos arquitectónicos reunidos na Sala do Livro de Ouro (Salle du Livre d'Or). Os conjuntos de pinturas que a Rainha encomendou, de cujos temas ela expressou os seus requisitos através de agentes e conselheiros, estão dispersos por vários museus. Os mais célebres, uma série de vinte e quatro telas triunfantes, foram encomendados a Peter Paul Rubens. Um série de pinturas executadas para o seu Gabinete Dourado (Cabinet Doré) foi identificado por Anthony Blunt em 1967.
O Palácio do Luxemburgo ao pôr-do-sol.Marie instalou residência em 1625, enquanto os trabalhos no interior continuavam. Os aposentos de um dos lados, no piso térreo, foram reservados para a Rainha, e o conjunto correspondente no outro lado para Luís XIII. A construção foi finalizada em 1631; a Rainha Mãe foi expulsa da corte no mesmo ano, na sequência da Journée des dupes. Luis XIII encomendou, mais tarde, decorações para o palácio a Nicolas Poussin e Philippe de Champaigne.
Em 1642, Marie deixou em herança o Palácio do Luxemburgo ao seu segundo filho, Gastão de Orleans, o irmão mais novo do Rei. O palácio passou depois para a sua viúva e para a sua filha, Ana, Duquesa de Montpensier, que fez dele a sua residência. A filha desta, a Duquesa de Guise, herdou-o em 1660 e deu-o a Luís XIV em 1694. O palácio não voltaria a ser habitado até ser possuído por Luís XVI que o deu, em 1778, ao seu irmão, o Conde de Provença. Durante a Revolução, foi uma prisão durante um breve periodo, de seguida foi o centro do Directório Francês e mais tarde a primeira residência de Napoleão Bonaparte, como Primeiro Cônsul de França. O palácio manteve o seu papel senatorial, com breves interrupções, desde então. 

O Jardim do Luxemburgo, com parisienses gozando o bom tempo.No século XIX o palácio foi extensamente remodelado, com uma nova fachada para o jardim, obra de Alphonse de Gisors realizada entre 1836 e 1841), e um ciclo de pinturas, realizado entre 1845 e 1847 por Eugène Delacroix, o qual foi adicionado à biblioteca.
Durante a ocupação germânica de Paris (1940-1944), Hermann Göring ocupou o palácio, usando-o como qurtel general do Luftwaffe em França. Tomou para si próprio um sumptuoso conjunto de salas para acomudá-lo nas suas visitas à capital francesa. O seu subordinado, o Marechal de Campo do Luftwaffe Hugo Sperrle, também ocupou um apartamento e passou a maior parte da guerra gozando as luxuosas cercanias. "A paixão do Marechal de Campo pelo luxo e pela exibição pública corre de perto com a do seu superior, Goering; ele também estava compatível em corpulência", escreveu o ministro do armamento Albert Speer depois de uma visita a Sperrle em Paris.
O palácio foi designado como um "ponto forte" para a defesa da cidade pelas forças alemãs em Agosto de 1944, mas graças à decisão do General no comando Dietrich von Choltitz de render a cidade em vez de lutar, o palácio foi apenas minimamente danificado.
Planta do piso térreo mostrando o grande cour d'honneur (pátio de honre) encerrado.O edifício foi mais tarde usado para a conferência de paz de 1946.


 Arquitetura

O Palácio do Luxemburgo tem mais de residência secundária que de palácio urbano oficial. A sua plata é bastante característica dos châteaux franceses, como o de Verneuil-en-Halatte, no qual Salomon de Brosse participou. Compõe-se por um pátio quadrado, o cour d'honneur, um corpo de entrada coroado por uma cúpula, a cúpula Tournon, e por pavilhões redobrados no corps de logis.
Novidades, como o corps de logis, que toma uma grande amplitude em comparação com as duas alas, ou ainda a parte central monumental, marcam o château. O Palácio do Luxemburgo é o resultado da livre inspiração no Palazzo Pitti (Florença, Itália) pedida por Marie de Médicis que, tendo-se cansado do Palais du Louvre, desejava reencontrar o espírito florentino e a doçura que este lhe evocava, nomeadamente através do emprego das ornamentações de pedra na arquitectura do edifício em vez de uma mistura de tijolo e pedra, como se encontra por exemplo no pavilhão de caça do Château de Versailles.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Historiadores e História: Martinho Lutero

 Martinho Lutero foi um padre e professor de teologia alemão que é creditado por ter iniciado a Reforma Protestante. Veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos I de Espanha na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador.
Luther ensinava que a salvação não provia de bons feitos, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana por ensinar que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo.Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Luther eram chamados luteranos.
Sua tradução da Bíblia em outros idiomas (que não o latim) fez do livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir, e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James. Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas. Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.
Em seus últimos anos, Luther tornou-se fortemente um antissemita, chegando a escrever que as casas judaicas deveriam ser destruídas, e suas sinagogas queimadas, dinheiro confiscado e liberdade cerceada. Essas afirmações fez de Luther uma figura controversa entre muitos historiadores e estudiosos religiosos.

 Primeiros anos de vida


Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther ou Luder, era filho de Hans Luther e Margarethe Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcionário público; melhorando, assim, as condições da família. Com esse objetivo, enviou o ja velho Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e recebeu o apelido de "O filósofo". Ainda na universidade de Erfurt, estudou a filosofia nominalista de Ockham (as palavras designam apenas coisas individuais; não atingem os “universais”, as realidades presentes em todos os indivíduos, como por exemplo a natureza humana; em consequência, nada pode ser conhecido com certeza pela razão natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa, aquela coisa). Esse sistema dissolvia a harmonia multissecular entre a ciência e a fé que tanto foi defendida pela "Escolástica" de "São jesus cristo", pois essa filosofia tinha as unicamente na vontade de Deus. O jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete candidatos. Seguindo os desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito da mesma Universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade com descargas elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, gritou então: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!"
Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros, com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.


Vida monástica e acadêmica
 
 
O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao próximo através de orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados.


A controvérsia acerca das indulgências


Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico II de Saboia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar.

 A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.